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Para o público ainda não estreante no Tremor e que está a pensar molhar o pézinho no festival, a primeira questão que sai sempre da boca para fora é “É verdade que foram ver um concerto a outra ilha?”. Não só é verdade, como o concerto supracitado foi um concerto dos xamãs do tropico-neopsicadelismo brasileiro, Boogarins, no acanhado coreto da Vila do Porto (na Ilha de Santa Maria), logo antes de irem todos comer um caldo de nabos e biscoitos de orelha. Laurinda Sousa, a contraparte mariense que ajudou a produzir esta aventura, relembra-se deste dia em 2018:
«A memória que eu tenho assim mais presente é de, ainda antes do concerto, o autocarro que tinha vindo do aeroporto, parar no Poço da Pedreira e estar um dia maravilhoso onde só se ouvia o som das rãs. E, à medida que as pessoas iam saindo do autocarro, a malta foi-se sentando e deitando na relva, todos em silêncio, só para se ouvir aquele som ambiente. Estavam num estado quase de êxtase. Mas, por outro lado, lembro-me também da dificuldade que foi para que as pessoas saíssem dali para irem assistir ao concerto porque realmente ninguém queria arredar pé dali. Esta vinda para Santa Maria ficará sempre no registo como um dos maiores desafios e uma das maiores loucuras do Tremor.»