Back
Back
Se existe outra característica que une todos os açorianos é o completo desdém pela pergunta: “E então, como é que vai a ILHA dos Açores?”. Apesar de não conseguirmos desculpar esta dislexia arquipelágica quando é vinda de algum continental, por exemplo, oriundo de Barcelos, terra de Joaquim Durães (co-fundador e programador do festival e quem nos contou esta história), somos desmedidamente mais compreensivos com bandas "vulvo~cêntricas" paulistas, bastante mais ocupadas a lutar pelos direitos feministas, interseccionais e hedonistas, do que a decorar geografia insular. Antecipando o desfecho da história, os Teto Preto, para muita felicidade nossa, acabaram mesmo por tocar no Teatro Ribeiragrandense (2019).
«O Tremor em 2019 foi traumatizante, porque o nosso cabeça de cartaz, a própria ilha, tem os seus tiques de diva. As condições meteorológicas eram impossíveis de se gerir. Estávamos à mercê do clima para que os voos chegassem, e por isso tivemos de lidar com uma série de atrasos mas também de cancelamentos. E nesse ano, os Teto Preto conseguiram viajar, mas o voo teve de ser desviado e aterraram na Ilha Terceira. E mal aterraram, ligaram a pedir uma carrinha para os ir buscar e levar para Ponta Delgada. Foi das respostas mais fáceis de dar: foi só enviar um screenshot do Google Maps a explicar porque é que aquilo não ia ser possível. Iriam ter de esperar que um outro avião chegasse.»