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Na sua primeira edição, a convocatória aberta Faísca, que pretende chamar novas vozes da música feita nos Açores ao Tremor, recebeu um total de 54 propostas oriundas de sete ilhas dos Açores — Santa Maria, São Miguel, Terceira, Faial, São Jorge, Faial e Flores. Propostas essas que contemplaram música de vários géneros musicais, projetos multidisciplinares e trabalhos de base comunitária e participativa, numa prova da vitalidade e diversidade do sector criativo do Arquipélago.
Depois de um processo de avaliação e ponderação, a equipa de programação selecionou dois projetos a integrarem a edição 2025 do festival, privilegiando a apresentação de novas propostas, numa procura de adequação aos espaços de apresentação e ao contexto proporcionado pelo festival.
As escolhas da Faísca recaíram assim sobre a viagem poética e musical de Tarina, projeto da cantora e compositora Catarina Fernandes, que vive e trabalha entre São Miguel e França, e que conta a história de uma "emigração demasiado longa", reflectindo sobre "a saudade, a luta, e a adaptação"; e Oboé com Asas, do músico, professor e maestro Tiago Marques, que vive e trabalha a partir da ilha de São Jorge, e explora as possibilidades do oboé com a liberdade da música experimental, e o desejo de criação de uma linguagem que transcende convenções entre a música clássica e contemporânea.
A equipa de programação do Tremor, formada por Marina Rei, Márcio Laranjeira, Joaquim Durães, Luis Banrezes e António Pedro Lopes, deixa um agradecimento a cada uma das muitas propostas submetidas e aplaude a riqueza, diversidade e vibração do universo musical, que revela um arquipélago repleto de ideias, criatividade e de criação de comunidade em torno da música.
O elevado número de propostas, bem como a sua pujança, permite ao festival mapear a nova música feita na região, aprofundar o estímulo aos diferentes tipos de música que aqui existem, e expandir o rol de artistas que segue, apoia e apresenta. A Faísca demonstra ao Festival Tremor a missão urgente de fortalecer e criar mais espaços de apresentação para a música feita no arquipélago, e de erguer plataformas onde se contem as narrativas e se apresentem a inventividade e multiplicidade das vozes artísticas que o compõem.
Em futuras edições, e em outros projetos criados pela Plutão Camaleão, o conhecimento trazido pela Faísca ajudará a equipa de programação do Tremor a pensar potenciais novos setores programáticos, bem como a imaginar novas soluções que deem resposta às necessidades do sector.